Procuras uma imagem por cores que pensaste conhecer, por rascunhos que pensaste ser tu a fazer. exprimes o que sentes por fitas que tu própria rasgaste daquele lençol que deixaste pendurado sobre a corda daquela guitarra de luar e estrelas que invadem cada história, como um retrato que pintaste sobre ti!
E agora, bem, agora só te resta colorir aquele fumo que deixas que te saia por entre a língua, que te morde cada lábio como sendo teu. Confias em cada palavra, em cada gesto que pensaste ser verdadeiro e na verdade não passa de um derradeiro pesadelo de uma mentira em que te tornaste aliada, sabes que mente, sabes que não quer, sabes que magoa e mesmo assim lutas, avanças e deixas-te corromper por cada olhar, por cada beijo, por cada abraço que sabes que não é sentido e mesmo assim continuas ao lado, continuas a falar, a descrever como se fosse perfeito...
Confusa, aliada aquela prisão do qual foste a pintora, a artista, a arquitecta, tentando limpar cada risco, tentando quebrar cada barra das grades, partindo cada bocado de cimento do banco no qual ainda te sentas, quebrando as correntes que te amarram a ele e quando dás por ela deixas-te afogar naquele lago que construíste com cada gota de luz, de quem realmente és, de cada lágrimas que derramaste a pensar que fossem apenas desavenças e não passas de crenças, de meios para conseguir alcançar fins que nada são para ti, que nada te pertencem, memórias que te mentem, passado que te atinge, amando alguém que finge. E choras, choras por aquela prisão, por aquele quebrar numa relação e acabas por te deixar ir naquela corrente que te leva tudo o que tu és!
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