Adormeço sobre o acordar de um sol, sobre o deitar de uma lua, sobre o brilhar de estrelas que penduram em mim histórias que foram sendo reveladas por cores entornadas em cada página de um sorriso, de uma lágrima que deixo cair sobre um rosto de um amadurecer, de um ser que na verdade fica entredito entre passagens de memórias encontradas num flutuar de uma bóia que ficou abandonada em pleno mar. E então deixo que me espreites por entre aquela janela de uma vida que foi passando e passando, de um sorriso que se foi ficando escasso num desespero de conhecer o que na verdade sou ou deixo de ser, deixo que olhes e comentes, deixo que fales e que tentes então escrever naquele meu diário que pensas que escondo entre os meus braços...
Na verdade continuo numa página em branco, continuo no preencher de cada cor, de cada sabor que adormece entre nós, entre um passado que disseste conhecer, num presente que censuras e num futuro que deixo que fique no desconhecido, entornando no meu corpo cada lágrima que corre por um rosto que permanece esquecido, deixando cair aquele pedaço de papel que embrulha cada sonho, cada história que foi construída com um príncipe encantado, ou um cavaleiro que pensei que fosse verdadeiro, na verdade deixo fazer parte de uma infância de um mar que atravessou a minha janela, que desmoronou o ideal, o desejo, a predição e até o desespero, ficando embrulhado nos meus pés cada grão de areia que deixas que te acompanhe, vejo ao longe o teu infinito, onde guardas cada suspiro, cada sorriso, cada olhar e vida perdido.
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