terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cigarremeu



Sento-me no peitoril da janela observando cada retrato de alguém, sonhando com um diferente ninguém. Dizes saber o que eu observo ou penso, ou sinto... E talvez saibas, mas há algo que prefiro guardar para mim, voando por entre o fumo do cigarro que me acalma, que ocupa os meus lábios, os meus dedos, deixando escapar cada cinza de um sorriso, do que na verdade preciso, esquecendo ou deixando apagar aquela desilusão que perdurou, até um final...

E neste final deixo voar tudo o que sonhei, ou lutei. Pois sei que um dia tudo será diferente, que o meu cigarro não se apagará e quando voar tu irás apanhar só espero que não te queimes, talvez até o deixes voar, talvez até nem o vejas, ou simplesmente te passará ao lado, mas nesse dia, a minha alma voará por entre as cinzas e quando ao chão chegar, a minha hora também chegou e no fim nada mudou, a não ser que a minha janela continuará aberta para aqueles pequeninos seres de vontade, de uma união, de uma facilidade que na realidade não se soube agarrar, ou amar...

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