quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tu!

Ensinaste-me que a perfeição não passa de um mero obstáculo, mas não me ensinaste que crescer e viver fosse tão difícil, escapaste-me por entre as mãos, num sonho, num pesadelo, por momentos que tentei proteger ou esconder. Sem mostrar aquele medo, vagueia por entre o meu corpo, num mundo só meu, mas achaste que me deverias dar aquela raiva de uma força de um mar tão independente e ao mesmo tempo tão inseguro, pois na verdade sei que não me deixas só, mas apenas queria olhar mais um dia para ti e dizer tanto, tudo aquilo escapou e voou com um vento tão gelado!

Agora apenas me restam objectos, memórias e histórias que ainda me contavas por entre linhas tão nossas, não sei se me achar valiosa ou não por ser a ultima a ver o teu irmão, tiraste-me do precipício, mesmo depois de te desiludir, não sei se lês, mas sei que me ouves e por isso leio, leio em voz alta, como se estivesses mesmo aqui, como se me desses a mão e sussurrasses ao meu ouvido "Tu consegues!", mas será que consigo? será que estou preparada'?

Sei que não passas de uma mera sombra, mas de alguém que guarda a minha mente, que acredita e que em mim está presente, desde pequenina era a tua estrela, herdei de ti algo que nunca ninguém me irá tirar ou parar! Brincavas com as palavras, rimavas e cantavas cada linha de um verso, cada frase como o dia certo... Deixaste cada carta, cada papel, deixando curiosidade e tanta saudade! Avô

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O desabafo...

Falas, escreves, pronuncias ao teu gosto, a voz que queres que seja mencionada e não olhas para o que na verdade tens ou esperas ter, escolhes o sentimento que achas mais perfeito, mas ignoras o que é na verdade eleito, ou então anuncias aquele defeito num simples olhar que pensas ser meu!´

Não vou censurar, ou criticar a voz da razão, a voz que anuncio em cada olhar, em cada abraçar, em cada beijo e desejo. Eu sou assim, um poço e quanto mais tentas chegar até mim, mais profundo entras, mais um caminho encontras, mais uma meta atinges, eu sei que não sou fácil e ágil, sou um ser humano,que diz olá, adeus, até um dia, palavras que julgas ser fáceis, na verdade são como um labirinto de um diz que disse, de um perder e ganhar de cada dia.

E então mais uma meta pretendo, sem escutar aquele som que ofusca a minha voz, sem deixar escapar seja que palavra for, seja que desabafo for e avanço em profundo silêncio de uns pés descalços, de um olhar embaciado, de uns lábios secos, de momentos que julguei vividos...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Cala-te por favor!

Anuncias a tua chegada, a tua hora, invejando-me com a tua paz, com o sorriso com que partiste deixando-me fluir sobre aquele tão denso manto vermelho, que quebra e aconchega um labirinto em mim de linhas e traços que permaneceram de actos que prevaleceram e contam a minha história. Aquela história de uma alma tão insensata, talvez esteja a ser injusta, talvez a vida seja curta e depois?

Há momentos, há palavras que não se esquecem, atitudes que não se modificam, mas que se luta para as apagar e na verdade, lutas, lutas e apenas prevalece as marcas das atitudes que tomaste, na verdade nada desaparece, fica cravado em ti, como se te marcasse quem és e o que foste... Marcas que não deixam esquecer e que deixam aquela fria e amarga saudade, não de coragem ou paciência, mas de uma passagem, escutando a voz de um mapa que só tu o conheces!